Governo vence e Senado aprova MP do trem-bala
Fonte: Adriana Vasconcelos e Geralda Doca – O Globo
Alguns senadores da base governista votaram contra. Texto agora vai à sanção de Dilma
BRASÍLIA. Com divergências na base aliada e pesadas críticas da oposição, o governo correu ontem risco de ser derrotado no Senado durante a votação da medida provisória (MP) do trem-bala, mas, à noite, venceu com folga o placar, com 44 votos a favor do empreendimento e 17 contrários. O texto segue agora à sanção da presidente da República, Dilma Rousseff.
– O Senado vive hoje (ontem) um importante e profundo debate. Temos divergências, mas encaminho voto favorável – disse o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).
Os senadores da oposição criticaram a falta de estudo sobre viabilidade econômica, o custo elevado do projeto e a transferência de recursos públicos para o setor privado, com a ajuda financeira do BNDES ao consórcio que vencer a disputa.
– A princípio, o PMDB votaria conosco, mas houve uma inversão de última de hora e o governo venceu com folga o placar – disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
O texto aprovado cria a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (ETAV) e autoriza a União a oferecer garantias ao empréstimo de até R$20 bilhões do BNDES ao consórcio que vencer a licitação para a obra. O trem-bala ligará Campinas a São Paulo e Rio.
Na semana passada, a MP passou pelos deputados e, caso não fosse aprovada, perderia validade no próximo domingo. O leilão, adiado duas vezes, está marcado para 29 de julho.
Antes da aprovação do mérito da MP, a base aliada teve de suar para aprovar a urgência da proposta. Após a relatora da MP, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), apresentar seu parecer a favor da construção – orçada em R$33 bilhões -, não só oposicionistas, como representantes da base governista usaram a tribuna para criticar a obra.
O ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) cobrou do governo investimentos em outros projetos de transporte. O leilão, adiado duas vezes, está marcado para 29 de julho.
Antes da aprovação do mérito da MP, a base aliada teve de suar para aprovar a urgência da proposta. Após a relatora da MP, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), apresentar seu parecer a favor da construção – orçada em R$33 bilhões -, não só oposicionistas, como representantes da base governista usaram a tribuna para criticar a obra.
O ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) cobrou do governo investimentos em outros projetos de transporte urbano que considera mais relevantes para o país, como o metrô de diversas capitais. Ele destacou que o de Belo Horizonte, por exemplo, estaria parado há quase dez anos por falta de recursos federais.
– Se o metrô de Belo Horizonte está parado não é por causa da presidente Dilma. Nós não temos nada a ver com o que está acontecendo lá e nem em outras cidades. O trem-bala é um projeto estratégico para o país, que vai ligar as duas maiores cidades do país – rebateu Marta Suplicy.
Obra ofende a razão dos brasileiros, diz Aécio
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) retrucou:
– Se o governo federal não tem responsabilidade por isso, gostaria de saber quem tem. Essa obra ofende a razão e o bolso dos brasileiros.
Vários governistas engrossaram o coro da oposição. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) justificou sua posição:
– Sou contra. Nada contra o trem-bala, mas precisamos eleger prioridades no país.
Para compensar os votos contra de alguns colegas, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que normalmente costuma se abster nas votações, seguiu a orientação de Renan. O presidente nacional em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), também atendeu a orientação de Renan, mas salientou suas ressalvas ao projeto:
– É preciso pensar numa compensação para outros estados, já que este projeto atende apenas Rio e São Paulo
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