Cinco novos trens do metrô de Belo Horizonte chegaram à capital, mas estão parados por falta de estrutura para receber e operar os equipamentos.
Faltou investimento em garagens e pátios de oficinas
Fonte: O TEMPO

Paradas. Enquanto não começam a rodar, composições envelhecem no Eldorado (foto) e no São Gabriel. Foto: AJL
Falta de investimento impede redução de intervalo no metrô
Vagões ao custo de R$ 171 mi não agilizam viagens por falta de sistema que custa R$ 3,5 mi
Cinco novos trens do metrô de Belo Horizonte chegaram à capital, mas estão parados por falta de estrutura para receber e operar os equipamentos. Faltou investimento em garagens e pátios de oficinas. E, mesmo quando começar a rodar, a nova frota não irá reduzir o intervalo de viagens, porque, além das outras deficiências, as composições modernas terão que se adaptar ao sistema de sinalização usado atualmente, já obsoleto.
O primeiro dos novos trens chegou à cidade em novembro. Agora, cinco já foram entregues e outros cinco devem chegar até julho. Porém, a CBTU informou que eles não entraram em operação porque ainda passam por testes e é necessária a adaptação de instalações, como oficinas e estacionamento.
Para o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Nilson Nunes, essa situação demonstra um erro de investimento da empresa.
“Eles deveriam ter preparado toda a estrutura atual para viabilizar a operação desses trens antes de eles chegarem, e não depois”, afirmou Nunes.
Intervalo. Hoje, o intervalo mínimo entre as viagens é de quatro minutos, o que vai permanecer inalterado mesmo com a circulação dos novos trens por causa da falta de atualização do sistema de sinalização e controle. Do jeito que está, ele já trabalha com sua capacidade máxima, de 21 composições circulando ao mesmo tempo. O número não pode ser elevado porque, por segurança, só é possível manter um metrô em cada trecho.
Se houvesse a atualização, mais trens poderiam ser usados, porque eles poderiam circular em trechos mais curtos. Assim, o tempo de intervalo seria reduzido pela metade, para dois minutos. Até 31 trens poderiam circular ao mesmo tempo – dez do novo modelo. Mas como não houve uma atualização desse sistema, as novas composições vão apenas substituir as antigas.
“O sistema de sinalização é tão antigo quanto os trens, e já existem tecnologias mais avançadas. Seria melhor ter comprado um novo sistema de sinalização e depois os novos trens. E olha que esse investimento é muito menor que o da aquisição das composições”, declarou Nilson Nunes.
Os novos trens custaram R$ 171,9 milhões. Em junho de 2013, a CBTU afirmou que o custo do novo modelo de sinalização seria de R$ 3,5 milhões e que ele seria implantado antes de os trens chegarem. Nesta semana, a empresa informou que não há previsão de investimento em nova sinalização.
“Precisamos reduzir o tempo de espera com urgência. Pego o metrô todo dia no horário de pico, e tem vez que eu tenho que esperar dois e até três trens para que eu consiga entrar tranquila”, reclamou a laminadora Maria das Graças Garcia, 61.
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